quarta-feira, 12 de maio de 2010

Rimas

Andava, andava e continuava andando
Versos e rimas passavam por ele voando
E nada dele alcançar
Nem mesmo aquela rima
Que qualquer criança sabe rimar

A rima do ir com o vir
A rima do lá com o fá
A rima do não com o cão.

Passam por ele o não, o cão e o vir
Batem em seus ouvidos lá o fá e o sí
E nada da rima encaixar
Lá ou cá

A rima que toda criança faz
A mais simples, a mais tola
Pra ele era sempre demais
Não gostava dessas rimas.

Gostava mesmo era de não rimar
Se sentia livre por nao o fazer
E adorava o jeito que seus poemas sem rimas se faziam
Se estendiam muito mais, quase que como uma história.

Até porque, o grande desafio da vida nao é rimar
É saber como dar asas ã imaginação presa
As rimas para ele eram quase que uma prisão
E não existe maior paradoxo do que esse.

De tanto tentar não rimar
Acabava rimando
E por assim assim se irritando
Rimas tolas!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Renascendo

Nasci assim
Sem regras ou rimas
O mais engraçado é que não nasci
Sou uma recriação fajuta do meu eu que ficou numa caixa de cigarros

Então como sei que nasci?
Simplesmente nasci
Porque como meu autor não lembra de nada do que estava na caixa
Me refez.
E pior, ainda me deu o inicio clichê do outro

Ou seja, além de ser cópia de um poema ruim
Ainda sou uma cópia mal feita
Logo não sou mais o mesmo
Apenas um plágio do meu antigo eu






Dedicado à Úrsinha que, espero, tem o original deste, feito realmente numa caixa de cigarros

Sonhei!

Sonhei com você essa noite
Sonhei com ela essa noite
Sonhei com a Letícia essa noite
Sonhei com a gente essa noite.

Sonhei que voava
Sonhei que ela voava
Sonhei que eu voava
Sonhei que nós voavamos.

Sonhei que não consegueria mais sonhar
Sonhei que não sonhava mais
Sonhei que não a veria mais
Sonhei.

Não sonhei essa noite
Não sonhei essa noite
Não sonhei essa noite
É duro ter tantos sonhos repetidos.